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Capitulo 18 -'#4semanas'
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À noite já esta estava lá caindo como uma
bola de queijo gigante enquanto meu coração simplesmente saltava pela boca e o
nervosismo tomava conta do meu corpo.
Ela: Não é tão simples assim –as palavras engasgam
enquanto ela engole em seco tentando formular palavras em seu pensamento.
Ela estava nervosa e dava
para sentir isso no tom de suas palavras. Ela estava inquieta, mexendo em seu
cabelo, olhando a um ponto fixo no chão, relembrando cada palavra, cada cena,
cada sensação, me deixando evolvida, tentando imaginar as proporções de seus
pensamentos obscuros e atordoantes.
Eu: KÁTIA! Você esta me assustando. Fale logo! Pior do que
esta não tem como ficar... –amenizo a situação tentando por um fim rápido nessa
conversa.
Ela: Me desculpe, é que... eu não consigo
sequer saber a intensidade de minhas palavras. Não sei como falar, eu só...
consigo pensar e pensar nisso...
Eu: Kátia, calma! Respira. Você não precisa
contar se não quiser!
Ela: Preciso, e vou. –ela suspira em um ar de
alivio pronta para me contar.
Se posiciona em uma postura reta
perfeitamente alongada ao contorno de
seu corpo.
Ela(continua): Foi em uma manhã de outono na Califórnia
onde eu morava na fazenda da minha tia, mão da Tereza (Channel)... –ela sorri
relembrando cada imagem em sua mente. Eu lembro perfeitamente o porquê gostava
tanto daquele lugar. –ela começa a falar mais sempre olhando para o teto
relembrando como se não estivesse mais ali naquela sala mais dentro de seus
pensamentos. Era o meu cantinho favorito entre as... milhares de casas e fazendas
da minha família. E toda manhã eu acordava as 15 para 6 para não perder o
nascer do sol. E quando você olhava pela janela que dava para um imenso bosque
de eucalipto você podia sentir aquele cheirinho doce de longe. -ela respira intensamente como se estivesse naquele bosque. Aquela luz que
entrava pelas entranhas da janela e aquele cheiro de eucalipto, em uma casa de
madeira... não tinha nada melhor. A paisagem então, não tem como descrever. Um bosque gigante cheio de arvores vermelhas como o sangue e galhos mais brancos que a neve (<<clique). Mais perfeitos que uma pintura.
Eu andava todas as manhãs por aquele
bosque na imensidão de arvores vermelhas, verdes, laranjas e amarelas que deixavam
rastros no chão enquanto as folhas caiam em seus pés formando um enorme tapete
de rosas vermelhas no chão.
E toda manhã eu fazia o mesmo trajeto até
chegar a uma pequena poça de água (<<clique), que ao decorrer ele se abria se tornando uma
grande poça de aguá (<<clique), e ao final daquele pequeno córrego de aguá claras mais
limpas e cristalinas que eu já sequer vi na vida, abria uma pequena cachoeira.
Eu tinha só 14 anos, quase 15. Eu era
apaixonada por aquele lugar. Era meu refugio pra vida que eu levava. Minha tia
era a pessoa mais rígida que alguém pode se ter.
Tinha suas regras, e era firme em suas
palavras. E em uma tarde de inverno minhas
pernas tremiam como os galhos finos no topo de uma árvore em um dia de
tempestade. A única vez que tinha me sentido tão nervosa foi quando ela me
explicou que, a partir daquele dia, minha família dormiria em um buraco de
terra no chão, em um jardim de cadáveres. Essa era a maneira com que ela
conseguia demonstrar amor, como se tivesse.
Enfim... Aquele lugar era
único e o melhor que já tive até hoje.
Mais naquela manhã em que eu
mais uma vez saia por aquele vale, não seria mais uma de minhas caminhadas.
Depois de ter acompanhado um
longo rastro de águas lisinhas e finas que caiam naquela pequena cachoeira eu
decidi andar mais alem do limite permitido pela minha abelha rainha, a “minha
querida e adorável tia.”-ela faz aspas. Eu andei apenas mais alguns metros e
sentia que já estava perdida, e totalmente confusa de onde eu estava. Era tudo
igual. Pareciam as mesmas arvores, as mesmas folhas e eu a mesma. Perdida,
confusa e repleta de medo. Não demorou muito tempo até eu perceber que a alguns
poucos metros à frente havia um camponês. Mais não era qualquer tipo de
camponês mais... o homem por quem eu tive
meu primeiro “Tchan”.
Eu: Tchan? -digo surpresa. Tchan que eu saiba era aquela musica do 'é o tchan'
Ela: Amor! Pode parecer insano mais era assim que eu denominava minhas emoções. Era o camponês mais
lindo que eu já tinha visto na vida. Era branco dos cabelos morenos dos olhos
claros quase cinzas, nunca vi beleza igual a dele.
Estava ordenhando as ovelhas
de um grande cercado com mais ou menos umas 30 ovelhas.
Eu fiquei ali, o admirando
até ele percebe que eu estava lá, encostada em uma arvore o observando.
Eu estava com um vestido florido vermelho, o
meu favorito, encostada apenas o olhando enquanto ele chegava mais perto de
mim. Ele disse 'Oi', e eu não conseguia falar. A timidez tomou conta de mim, e eu
fugi, mais não demorou muito tempo pra eu perceber que estava perdida e quando
eu menos esperava ele apareceu por trás de duas arvores igualmente semelhantes.
Ficamos conversando sentados perto da pequena lagoa que se formou pela
cachoeira não muito longe dali, e depois de alguns minutos ele me levou de
volta a fazenda. Depois daquele dia eu acordava todas as manhãs e ia para o
mesmo lugar onde nos encontrávamos e ali nasceu uma grande paixão. E com 16
anos eu descobri que estava grávida... –ela olha pra baixo. Seu semblante demonstrando vergonha e desgosto ao lembrar.
Eu: Uau!
Ela: Tereza era a única que sabia sobre ele e
sobre minha gravidez, mais um dia, minha tia ouviu nossa conversa atrás da
porta. Uma menina grávida na minha idade era uma vergonha para a sociedade, e
então ela me fez tirar. Me levou a um lugar muito estranho onde eu estava com
medo, e quando acordei no outro dia ela me disse que haveriam dias 'melhores' e
que os dias passados não existem mais e que tudo sobre 'mim e o meu grande amor' que era aquele camponês nunca mais seria como era antes.
Depois daquele dia, ela fechou um enorme
cercado por todo o bosque me impedindo de ver aquele menino. E depois de
algumas semanas eu consegui falar com ele depois de muito esforço para arrumar
uma distração para minha tia. E quando eu contei pra ele, a única coisa que ele
gostaria de ter feito era morrer. Um filho que foi interrompido, e ainda mais,
um filho dele. Aquela foi a ultima vez que eu o vi. Depois daquele dia eu a Tereza
e minha tia nos mudamos pra cá e depois de algum tempo, me colocou em um colégio
interno junto coma Tereza.
Eu: Nossa! Que horror Kátia!
Ela: Sabe a importância que tenho para minha tia??
NENHUMA!! Eu a odeio e sempre a odiei. Eu sempre tive vontade de a colocar em
um asilo e nunca mais a tirar de lá mais... não foi necessário. Ela morreu a
pouco mais de 4 anos, e esse foi o meu maior sossego!
Eu devo ser a pessoa mais fácil de ser
enganada.
Eu: Senhor!
Ela: Tudo bem! Não é a primeira vez que eu me sinto tão perdida, usada, burra e sozinha... Esperando o dia
que alguém entrará em minha vida e me fará entender por que nunca dei certo com
ninguém antes. E assim é minha vida! Nunca mais consegui ser a mesma pessoa! Eu só não quero que o mesmo aconteça com você.
Vai atrás de quem você realmente ama e cuida do seu filho como se fosse um
presente de Deus.
Eu: Mais é um presente de Deus pra mim, e eu
não estou triste por isso. Eu estou feliz, e eu quero ter esse filho. Nunca
pensaria em um dia o tirar de mim.
Ela: Que bom que você pensa assim!
Eu: Prometo nunca te decepcionar! -gif
E não espero para que ela venha me abraçar
enquanto vou para perto e a abraço. Sei que ela precisava daquilo, e a partir daquele dia... ela não é mais a Kátia, mais sim... minha mãe de coração. A pessoa em que eu mais confio no mundo. Quem me estendeu a mão quando eu mais precisava e me amparou das dificuldades Me deu um lar e uma nova família e agora chegou minha vez de retribuir tudo o que ela já sequer pensou em fazer por mim.
Ela: Você não sabe o quanto é bom ter você
aqui, comigo!
Eu: Você não sabe o quanto eu sou grata por
ter você!
E aquela noite se resumiu em abraços e mais
choros!
E aqui estou eu, vivendo a realidade, deitada
em minha cama tentando imaginar como será o futuro, se ele vai parecer mais com
a mãe ou mais com o pai. Mais pera ai! Eu ainda não sei quem é o pai. E aquilo
me condena. Nem o Zayn nem o Harry sabem que eu estou grávida.
Mais não quero pensar em coisas ruins essa
noite. Quero apenas aproveitar essa sensação que nunca senti na vida antes. A
sensação de carregar no ventre uma promessa. Uma pequena criança. Meu filho ou filha.
Fico me olhando no espelho com os olhos
cheios d’água, passando a mão em minha barriga, planejando o futuro.
E ali esta eu e minha mente pelo espaço
pensando em tudo. E aqui é onde eu vou ficar. Na imaginação, pelo menos por uma
noite até que eu pegue num sono. Eu meu filho e mais alguém que eu ainda
preciso me decidir. Meu filho precisa de um pai certo? Eu só não sei quem! Eu
também só não sei de quem!
Hoyy-Yaa!
Como vão meus chocolates? Estou muito feliz por ter voltado a escrever e ainda mais porque tenho a quem confiar. Estou sentindo que preciso correr mais atras do sucesso desse blog e é o que eu irei fazer! Espero que esteja gostando porque tudo o que eu estou fazendo é pra você!
Beijos e Thank!